Das variedades
de azeitona, existentes no nosso país, é a galêga que produz o melhor azeite do
mundo.
De características
únicas, com um vasto leque de benefícios para a saúde. Perde-se no tempo a sua
origem milenar.
É na produção familiar, nas parcelas de olival dispersas por encostas e planícies, com produção espontânea, que reside a sua origem.
É na produção familiar, nas parcelas de olival dispersas por encostas e planícies, com produção espontânea, que reside a sua origem.
Colhe-se o que a natureza dá.

Talvez por isso
se justifique o esforço necessário para a recuperação do velho olival, há muito
esquecido, transformado num emaranhado de vegetação que se ergue, rompendo em
direção ao sol.
Oliveiras,
misturam-se e resistem, enleadas por uma massa de silvado, onde um ou outro
pinheiro já se ergueu e os carrasqueiros (sobreiros juniores) proliferam, fruto
das bolotas (semente) deixadas pela passarada, trazidas das matas de
proximidade, que encontraram solo fértil.
Paciência,
persistência e boa forma física, serão condições essenciais para o trabalho árduo
que se adivinha.Trazer de volta o vigor das copas verdejantes,
será futuramente compensado com abundante produção.
Consoante a
área que pretendemos recuperar, e o grau de degradação, assim será a decisão de
meios a utilizar.
Quando se
verifica a necessidade de arrancar alguns invasores de médio porte, com
estrutura lenhosa considerável, o trabalho manual mostra-se penoso, além
de exigir muito tempo disponível.
A utilização de
uma retroescavadora será uma boa opção, além da limpeza, possibilita a abertura
e recuperação de caminhos.
Se a necessidade
for apenas desmatagem…cortar silvas e arbustos, a utilização de uma roçadora
mecânica de média potencia, com uma lâmina de pontas curvas, com efeito
destroçadeira, será de uma eficácia surpreendente, desfazendo-os literalmente.
Saliento que o
manuseamento desta máquina reveste-se de cuidados acrescidos. A sua elevada rotatividade
de funcionamento, origina com frequência projeção violenta de pedras e
resíduos, exigindo uma proteção adequada.
Caneleiras,
botas com biqueira de aço… viseira para o rosto…ou ainda, uns óculos
protetores, pois a rede fina de que é composta a viseira permite a passagem de
minúsculas gotas de seiva, por vezes ácida, agressiva para os olhos.
As caneleiras, se quisermos poupar umas dezenas de euros,
podemos improvisa-las, utilizando um pedaço de tubo plástico, com cerca de 50…60
cm, de 2 polegadas, de alta densidade, serrado ao meio na vertical que posteriormente
com um maçarico vamos aquecendo, forçando-a abrir um pouco mais a curvatura…em
alternativa podemos utilizar de 3 polegadas já com largura suficiente.
Depois com uma grossa, desbastamos uma das extremidades, a inferior, que vai
ficar em contacto com a bota, de modo a configurar uma pequena curvatura,
permitindo um apoio mais uniforme e estável.
Devidamente protegidos, de roçadora em aste, vamos avançando pelo emaranhado de silvas...abrindo caminho lentamente, aqui e ali, vamo-nos deparando com arbustos em franco desenvolvimento...como os carrasqueiros...nesta situação, cortá-los só, não basta, vão voltar a rebentar, a única forma de os eliminar é arrancando-os.
Não é fácil, pois a sua raiz afunda na vertical, mesmo os mais juvenis facilmente atingem 30...40cm…pelo que a melhor altura será a época das chuvas, onde o terreno amolecido facilita esta operação, escavando até os conseguir arrancar…por vezes é difícil…então a opção será cortá-los há maior profundidade possível, envolvendo a área de corte com um concentrado de herbicida, na esperança de que não voltem a rebentar.
A percentagem de sucesso é elevada, mas muitos recuperam,
altura em que se deve insistir na aplicação da herbicida…depois do terreno
limpo, no ano seguinte é imprescindível a lavoura do mesmo, ou em alternativa a
aplicação de herbicida adequada, caso contrário, com vigor redobrado, toda a
vegetação voltará a emergir.
Podemos agora observar a grandeza dos velhos troncos
erguidos, resistindo num emaranhado lenhoso, meio ressequido, entrelaçado pela abundancia
das silvas ainda dependuradas, como se aguardassem pacientemente o momento.
![]() |
Antes |
Três anos depois |
Outra máquina que nos irá prestar um auxilio crucial, será uma motosserra de potencia média e fiabilidade comprovada…a minha Omelite de 35cm de folha, tem-se mostrado uma fiel aliada…outras há, de custo mais elevado, mas esta tem-se mostrado uma boa opção, com uma excelente relação qualidade , preço.
Esta ferramenta exige um cuidado redobrado no seu
manuseamento, muitos são os acidentes conhecidos…e as marcas físicas perduram
no tempo.
O trabalho que vamos desenvolver, não deve ser feito por
alguém inexperiente
“A oliveira gosta de serrote” –
dizia o meu pai –
Ao reduzirmos a estrutura lenhosa, cortando alguns
ramos ou troncos mais antigos, assistimos depois a uma vigorosa regeneração,
sempre que se cortar, ela rebenta com mais vigor.
Este será então o próximo passo, vamos “deitar abaixo” o olival…vamos manter apenas estrutura de ramificação dos troncos…e a uma altura, mais ou menos de dois metros, cortamos, de modo a ficar apenas o pé e parte das pernadas.
Nas árvores de grande porte, onde a ramificação dos troncos se ergue bastante acima, a alternativa será cortar pelo pé...tronco principal...a cerca de metro e meio...dois metros, altura ideal para reiniciar a formatação da árvore.
Nas oliveiras, já demasiado cansadas, em que se vislumbra um declínio acentuado, deve-se cortar o tronco principal junto ao solo, para que a pouca vitalidade que lhe resta não se disperse e possa gerar novos rebentos
Corte do tronco junto ao solo |
O angulo dos cortes deve ser sempre o mais inclinado possivel, para evitar o depósito de água . O corte das ávores deve ser feito, evitando a época da queda de geada...passado o pico do Inverno, pois a árvore pode não resistir ao frio intenso, o que muitas vezes acontece.
É a partir dos inúmeros rebentos que vão surgir nos dois três anos seguintes, que se vão selecionar os mais vigorosos e a partir daí reiniciar a formatação da oliveira…todos os restantes serão retirados.
A própria árvore fará essa seleção...passados, dois..três anos, vamos verificar que a maioria não passou da fase inicial de desenvolvimento, secaram.
Rebentos junto ao solo |
Nesta fase, a "limpa" da árvore é essencial para libertar a copa , deste residuo lenhoso, permitindo um desenvolvimento mais desafogado dos restantes.
Simultaneamente, é importante retirar toda a rebentação junto ao solo...nestas circunstancias, quando se corta a árvore, ela vai desenvolver rebentos em abundancia tambem nessa area, e que acabam sendo prejudiciais, desviando os recursos vitais, limitando o desenvolvimento vegetativo da parte superior.
Limpa de rebentos |
Em cada ano de produção, as mesmas serão cortadas, deixando ficar as mais juvenis, permitindo que se renovem, e assim sucessivamente, levando a um ciclo de produção de dois em dois anos.
Neste periodo de desenvolvimento vegetativo , deve-se proceder á limpa da oliveira..."abrindo a oliveira" retirando com um serrote, uma ou outra vergontea, assim como o emaranhado de pequenas ramificações que "fecham" a ávore e impedem um desenvolvimeto mais saudavel.
Antes da limpa |
Depois da limpa |
Antes |
Depois |
Antes |
Depois |
Devido a uma maior capacidade de produção, com fins de comercialização, era permitido ás oliveiras alongarem-se em robustos troncos, no entanto a colheita da azeitona apresentava-se com algum risco pela altura das mesmas, assim como o varejamento se revestia de muito esforço físico.
Atualmente, para consumo próprio não se justifica árvores de tal
porte…a poda, a limpa, deve ser sempre feita no sentido de “trazer a árvore para baixo ” a produção,
é um pouco mais reduzida, mas permite uma colheita mais acessível, sem esforço,
quase sem necessidade de trepar á árvore.
Por outro lado a lenha obtida, depois de seca, é excelente para as lareiras...os residuos da parte vegetativa,a rama não aproveitada, queima-se, sendo a melhor altura para o fazer enquanto verde, pois o oleo contido nas folhas ajuda á combustão.
O azoto contido nas mesmas faz da cinza que resta um excelente fertilizante a não desperdiçar !
O azoto contido nas mesmas faz da cinza que resta um excelente fertilizante a não desperdiçar !
MEDICAMENTOS…IMPORTANTE…!
Divulguem esta importante informação, o preço dos medicamentos genéricos varia consoante o laboratório que os fabrica e comercializa, no regime especial (pensionistas) muitos podem ser adquiridos a custo zero...a variedade de preços é enorme..o mesmo medicamento pode ser adquirido por 4 € ou por 0.40 €, basta pedir na farmácia o medicamento com a respetiva substancia ativa, receitada pelo médico, de preço mais reduzido...elas estão obrigadas a vender sempre o medicamento mais barato.
Consultando o site do Infarmed http://www.infarmed.pt/genericos/pesquisamg/pesquisaMG.php pode-se pesquisar qual o mais barato, o mesmo fornece a lista completa, atual, de todos os laboratórios que o comercializam e os respetivos preços praticados, possuindo cada um , um numero de referencia que pode ser utilizado para identificar o medicamento quando nos dirigimos á farmácia, ou então mencionando o nome do laboratório...se a farmácia não tiver disponivel - o que acontece muitas vezes, tentando vender outro mais caro - tem obrigatoridade de o disponibilizar num prazo de doze horas. Familiares de idosos em lares de terceira idade, questionem que medicamentos estão a adquirir...marca ou genéricos..e de que preço...serão dos mais baratos !?
Acreditem que a surpresa pode ser muito desagradavel ...!
Para o próximo ano, possso ir ajudar a apanhar a azeitona!!!
ResponderEliminarOlá comprei recentemente um pequeno Monte Alentejano abandonado há cerca de 10 anos na zona de Montemor o novo.
ResponderEliminarO Monte é composto por um Olival, cujas oliveiras foram abandonadas assim que foram plantadas. Pelo que apresentam um aspeto muito pequeno e frágil. Penso que lhes faltou a água necessária para o seu desenvolvimento na fase inicial. A minha questão é a seguinte, Será que devo arrancar as oliveiras e plantar novas ou se existe alguma forma de poder recuperar estas pequenas oliveiras que mesmo assim algumas atingiram 2 metros de altura. A produção este ano foi praticamente inexistente, e estavam infestadas de caracóis. que devo fazer, pois adoro oliveiras, acho que é uma árvore lindíssima, para além da sua historia e utilidade para a humanidade. Cumprimentos
Olá, provavelmente sim, haverá forma de as recuperar, amanhando a terra, podando-as e adicionando algum fertilizante e certamente água. Não sendo oliveiras galegas, são mais frágeis e requerem alguns cuidados, digamos mesmo se a água não lhes tiver acessivel a produção fica comprometida...provavelmente será uma variedade vocacionada para produção maquinizada, intensiva...vai ser uma opção sua, recuperar ou plantar de novo, mas se o fizer, e pretender azeite de qualidade excelente, com carateristicas singulares, e árvores robustas, plante oliveira galega !
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarOlá, gostaria de saber o que devo fazer, pois tenho uma oliveira no vaso. Ela o ano passado deu azeitonas. Este ano agora depois de março ela ficou um pouco sem o olhar humano. ( Deixada de lado, talvez sem regar) Agora em maio vejo que as folhas estao caindo todas....por favor o que devo fazer pra recuperar minha oliveira?? Ficarei muito grata.
ResponderEliminarMarcia
Boa noite. Tenho um olival na situação descrita acima, cheio de ramos secos, fraco e com montes de sobreiros a proliferar no meio. Este verão, também para aproveitar a lenha, estava a pensar limpar o olival, mas tenho receio que a época não seja boa. Não quero correr o risco de estragar o resto do olival, mas também não estou preocupado em que volte a produzir rapidamente. Não é de facto a prioridade. A minha preocupação é limpar, até por causa do risco de incêndio.
ResponderEliminarA minha pergunta vai no sentido de saber se de facto vou fazer mal às oliveiras ou, dada a situação em que já estão, não é assim tão grave fazê-lo agora.
Obrigado e cumprimentos,
Paulo Correia.
Existe uma passagem bíblica que fala sobre brotos de Oliveira, comparando a filhos ao redor da mesa. Estive pesquisando e vi em certo lugar dizer que usavam-se brotos de Oliveira plantados ao tronco principal da árvore já antiga para utilizar a mesma raiz. Existe algo de verdade nisso?
ResponderEliminarOlá
ResponderEliminarTinha uma Oliveira no pátio central mesmo na frente da casa. Era enorme e vistosa mas com uma ramificação demasiado vigorosa para a estrutura do tronco. Todos os anos carregava de azeitona o que a tornava ainda mais propensa a quebrar.
Assim, ganhei coragem e cortei recentemente toda a ramificação deixando apenas pouco mais que o tronco com alguns ramos dos mais grossos.
Mas fiquei em choque logo de seguida .
Admito que até me custa entrar em casa!!!
Quanto tempo terei agora que esperar para para que volte a fornecer a sombra de outrora?