Como cultivar melancias



Melancias  





No que diz respeito a estes frutos em especial, em minha opinião, é fundamental a certificação biológica quando os pretendemos adquirir. Sendo o seu conteúdo cerca de 90% de água, e, sabendo nós que o cultivo intensivo nem sempre utiliza água potável na rega, a certificação sempre pode trazer-nos algumas garantias, pois a água que as plantas absorveram é a mesma que vamos ingerir. Depois, ainda teremos de acrescentar os fertilizantes químicos. O que nos leva a poder concluir que toda aquela frescura transporta grande quantidade de substâncias indesejáveis ao nosso organismo.


  



Cultivo


Qual das duas variedades mais comuns vamos cultivar, casca preta ou riscada?
Quantas vamos plantar ou semear?



A preta (verde escuro) é mais comedida no tamanho. No entanto, apresenta uma polpa consistente, avermelhada, doce e suculenta.
A riscada, casca mais clara, possui a polpa ligeiramente menos consistente, menos avermelhada, e, em minha opinião, um pouco menos doce. No entanto, esta variedade parece ser de mais fácil cultivo, com a particularidade de apresentar frutos de tamanhos mais desenvolvidos. Normalmente planto metade de cada.
A quantidade a plantar ou semear depende dos anseios de cada um, sendo que trinta plantas, em solo e condições adequadas, já produzem o suficiente para a família e para os amigos.








Cultivo



De meados de abril até meados de maio, pelo quarto crescente, é altura para plantar ou semear. 

As melancias gostam de boa lavoura, são apreciadoras de terra volvida em profundidade, no mínimo 40 cm.
A tipologia da sementeira ou plantio depende do terreno que temos disponível, das suas características, assim como do sistema de rega que vamos utilizar.

De uma forma geral, as covas devem ser amplas, cerca de 40 cm de largura, e com profundidade idêntica, espaçadas longitudinalmente cerca de 60 cm, e lateralmente entre filas, 100 cm. No entanto, se o terreno disponível o permitir, 150 cm entre linhas, ou seja metro e meio, não é demasiado. Esta distância, além de permitir usar um pequeno motocultivador com fresa nos espaços intermédios para eliminar a erva, nos primeiros tempos em que as plantas ainda se encontram pouco desenvolvidas, também nos permite ter espaço para circular quando necessário, sem pisar a rama.






Devido à facilidade em adquirir as plantas, atualmente não encontro vantagem na sementeira. Outrora, meus pais reservavam semente de um ano para o outro. Sementes antigas que sempre produziam ano após ano. De qualquer modo, se quisermos comprar semente e semear, colocamos três a quatro sementes em cada cova, cobrindo-as com um montinho de terra, de modo a que fiquem cerca de quatro centímetros enterradas. Assinala-se o local com um pedaço de cana, ou outro, para assim sabermos exatamente onde as semeamos. Este procedimento será útil se viermos a ter necessidade de verificar o estado da germinação, quando se mostrar demorada, esgravatando um pouco a terra naquele local com muito cuidado. Volta-se a semear, se viermos a constatar que as sementes, ao invés de germinarem, apodreceram.




Na monda arrancamos as plantas que estiverem em excesso deixando apenas uma.
Se estivermos na posse destas sementes antigas e quisermos guardar para o ano seguinte, podemos fazê-lo retirando as pevides do fruto colhido bem maduro, (frutos comprados no supermercado não são adequados para retirar semente) secando-as ao sol, sobre um pano, durante quatro ou cinco dias, guardando-as depois em lugar seco.







Consoante a opção de cada um, sendo uma planta com necessidades acrescidas de nutrientes devido ao desenvolvimento de grandes frutos, sugiro que, além do fertilizante orgânico, no fundo de cada cova como complemento, depositemos cerca de 50 a 100 gr de fertilizante 10-10-10, cobrindo-o com cerca de dois ou três litros de estrume bem curtido, ou outro fertilizante orgânico, cobrindo de novo com terra até voltar a encher a cova. Depois, abrindo um pequeno sulco, plantar ou semear. Deste modo, a planta ou a semente não ficará em contacto direto com fertilizante .

 Para estimular o desenvolvimento das plantas, é importante a sacha, o remexer do solo ao redor. Pode e deve-se repetir sempre que se desejar, controlando também deste modo a erva que vai surgindo, arrancando-a manualmente sempre que necessário.  Quanto à rega, é essencial que seja suficiente, mas em excesso retira-lhe açúcar. 



Como sabemos que estão maduras?




Em meados de agosto, cerca de quatro meses depois, já se vai escolhendo uma aqui…outra ali. Para sabermos se estão maduras, a minha mãe dizia “ Se o píncaro encaracolado estiver seco, está madura”. A minha experiência diz-me que esta indicação é cem por cento fiável.

Se observarmos com atenção lá encontramos o tal píncaro na haste junto à melancia.  

Um outro procedimento que também se mostra revelador e que normalmente uso, em simultâneo com o anterior, é bater com a unha do dedo anelar, como se estivesse a jogar ao berlinde, para ver o som que emite. Se estiver madura temos um tôc…tôc…se estiver verde teremos um tóc…tóc.

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