Melão
O cultivo do melão transporta-nos para a antiguidade. Segundo os investigadores, vamos já encontrá-lo nas pinturas egípcias, 2500 antes de Cristo ou referenciado na Bíblia, no Antigo Testamento. Ásia ou África do Sul são os locais que se apontam como possíveis para a sua origem.
Consta que, às suas características nutritivas, onde podemos encontrar, além de outras, a vitamina A e C, minerais como o potássio, sódio e fosforo, são acrescentadas propriedades medicinais, nomeadamente no fortalecimento do sistema imunológico, combate à obesidade, prisão de ventre, infeções renais e urinárias, artrite, colite e outras, possuindo também funções diuréticas, tonificantes, laxantes, calmantes e hidratantes.
As variedades de cultivo mais comuns são:
melão de casca branca, casca de carvalho, meloa e pele de sapo.
Cultivo
Sendo os meloeiros plantas muito sensíveis à oscilação de temperaturas, o
excesso de humidade provocado por chuvas inesperadas, principalmente na fase da
muda, pode obrigar-nos a repetir o plantio frequentemente. Por outro lado, na
fase adulta, revela-se uma planta de fraca resistência ao míldio e a outras
doenças, mostrando-se difícil o seu cultivo.
O plantio ou sementeira inicia-se em meados de abril até meados de maio, quando o tempo se mostrar mais estável e ameno. A fase da lua mais favorável ao seu desenvolvimento será o quarto crescente.
O processo de cultivo não difere da
melancia, sendo feito do mesmo modo: boa lavoura, covas amplas, e bastante
estrume bem curtido.
Sendo uma cultura que requer uma maior intervenção, devemos estar atentos às condições meteorológicas. Tempo chuvoso e calor são condições propícias para o desenvolvimento de míldio, pelo que se deve atuar de forma preventiva, pulverizando as plantas de preferência com uma solução de calda bordalesa preparada em casa . Em alternativa, há ainda a possibilidade de utilizar um dos produtos fitossanitários disponíveis para o efeito.
Se as condições meteorológicas
persistirem, deve repetir-se o tratamento, de dez em dez dias, com a calda
bordalesa e de quinze em quinze, com os restantes produtos. Um dos sintomas da
presença do fungo será o aspeto amarelado e encarquilhado das folhas. A
aplicação deste tratamento, na época da floração, tem como inconveniente
provocar a queda de muitas flores, pelo que se deve evitar. No entanto, se o
tratamento se mostrar imprescindível, deve pulverizar-se.
Na floração vamos observar também uma
queda inesperada, espontânea, de muitas flores. Este facto normal deve-se à
particularidade de muitas delas serem estéreis.
Como a área de terreno que tenho
disponível o permite, planto normalmente duas variedades, amarelo e pele de
sapo, num total de 60 plantas, 30 de cada, conseguindo obter alguns exemplares
bem desenvolvidos que acabam compensando a persistência.
Capar os melões
Capar os melões, funciona um pouco
como a poda das árvores, em que o objetivo consiste em
limitar e condicionar o seu desenvolvimento vegetativo, de modo a concentrar os
nutrientes nas partes já existentes,
incitando a um maior sucesso da frutificação.
Não sendo obrigatório, parece ser benéfico e o
procedimento é simples. Com a unha do polegar quebra-se a pontinha das hastes
mais desenvolvidas.
A rega, tal como nas melancias, deve
ser suficiente mas não exagerada.
Como sabemos se estão maduros?
Sabemos que antes dos quatro meses, isso não vai acontecer. Depois, é irmos observando a sua cor, textura exterior, o aroma e arriscar um pouco! Há quem pressione as extremidades com o polegar. Se o sentir amolecer, quer dizer que está maduro.
Nesta fase, é frequente sermos surpreendidos por um ou outro fruto rebentado. Isto acontece porque o melão, quando está maduro, desenvolve gás carbónico no seu interior. Nos dias muito quentes a expansão do mesmo pode levar ao rebentamento.
Em casa, antes de o abrir, se tivermos dúvidas, podemos espetar a faca e retirar apenas um pequeno pedaço em forma de triângulo para verificarmos se está maduro. Se não estiver, voltamos a colocá-lo no orifício, deixando ficar mais uns dias a amadurecer.
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